Transplante de intestino chega ao SUS e traz esperança a pacientes com falência intestinal

  • 04/05/2025
(Foto: Reprodução)
Estima-se que cerca de 400 pessoas recebam o diagnóstico de falência intestinal no Brasil e 40 precisem de transplante. Procedimento foi incorporado ao SUS em fevereiro. Portaria do governo federal deve ser regulamentada até agosto. Transplante recém-incorporado ao SUS traz esperança a pacientes de doenças intestinais Quem vê Marília de Mello Serafim empurrando um carrinho, pode até pensar que ela está a caminho da feira. Na verdade, está indo à farmácia. É de lá que ela retira, todo mês, os nutrientes necessários para se manter viva. Veja reportagem completa do Fantástico no vídeo acima. Marília tem falência intestinal. Há nove anos, desde que sofreu uma trombose e precisou retirar quase todo o intestino delgado, ela precisa fazer a chamada alimentação parenteral. Os nutrientes são recebidos direto na veia, por meio de um tubo muito fino, o cateter. Marília de Mello Serafim espera por um transplante de intestino e de fígado Reprodução “Eu brinco que sou bem mais alimentada, porque as pessoas não comem certinho. E eu tenho certeza que recebo tudo que preciso. Voltou a crescer cabelo, a pele voltou a ficar boa. Eu voltei até a sorrir, né”, afirma Marília. Estima-se que cerca de 400 pessoas recebam o diagnóstico de falência intestinal no Brasil. Segundo Wellington Andraus, chefe de transplante de órgãos do aparelho digestivo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC/USP), com base na estatística de outros países cerca de 10% dessas precisem de transplante de intestino. Isso representa uma demanda de 30 a 40 transplantes por ano, segundo o especialista. “É um procedimento grande, complexo, que tem também os seus problemas. [O transplante] é a última linha de tratamento para salvar a vida desses pacientes”, diz Andraus. A boa notícia para essas pessoas é que o transplante de intestino foi incorporado ao SUS em fevereiro deste ano. A portaria do governo federal deve ser regulamentada até agosto. Até então, parte dos pacientes entrava na justiça para fazer a cirurgia no exterior. Foi assim com o pernambucano Uéverton Fagner. Em 2016, ele fez o transplante nos Estados Unidos e ficou no país por um ano e meio, mas passou a sentir dores logo depois que voltou ao Brasil, devido à rejeição do organismo ao novo intestino. “Eu acabei perdendo o órgão novamente e hoje faço tratamento de reabilitação,” explica. Atualmente, ele está evoluindo bem, ganhando peso a cada dia, trabalhando e não tem indicação para o transplante por enquanto. Além do intestino, também foi incorporado ao SUS o transplante multivisceral. Isso significa que outros órgãos podem ser implantados na mesma cirurgia. É o caso da Marília, que aguarda também um transplante de fígado, porque este órgão já está danificado após muitos anos de nutrição parenteral. ‘Uma luta de 9 anos’ Segundo Luiz Carneiro, cirurgião especialista em transplantes, a inclusão do transplante de intestino e multivisceral no SUS é uma conquista que levou 13 anos de luta. “Fizemos um plano piloto e realizamos nove transplantes em que avaliamos custos e toda a parte econômica e de resultados de médicos. Com esses dados, pudemos avançar muito e chegar a esse dia que, pra nós, é de extrema felicidade”, conta o médico. Lucas Moreira, que tinha a síndrome do intestino curto, é um dos nove pacientes que fez parte do projeto piloto do HC e recebeu o transplante, depois de complicações cirúrgicas em outro hospital. “Eu estava com 33, 34 quilos naquela época. Não aguentava nem ficar de pé”, conta. Um órgão compatível apareceu em 2017, após um ano de espera. Lucas Moreira foi um dos nove pacientes que fez parte do projeto piloto do HC Reprodução A síndrome do intestino curto geralmente acontece após a retirada de grande parte do intestino delgado, em cirurgias motivadas por obstruções vasculares, torções no órgão ou malformações congênitas. É mais comum em crianças. Isabely, hoje com três anos, nasceu prematura e foi direto para a cirurgia. Depois, ficou morando no hospital fazendo a reabilitação. “Ela perdeu todo o intestino, só ficando com 20 centímetros”, conta a mãe, Soraya Alves da Silva, que descobriu um câncer quando estava grávida e precisou fazer quimioterapia e radioterapia ainda na gestação. A maioria das crianças nessa condição não vai precisar de transplante, segundo a chefe de cirurgia pediátrica Ana Cristina Tannuri. “Elas têm uma capacidade de se readaptar a situações adversas maiores. O intestino, se for garantida um estado nutricional adequado da criança, vai aumentando a capacidade de absorver os nutrientes.” explica a especialista. Para quem precisa, como Marília, o sonho de fazer o transplante poderá ser realizado em breve. “Nós temos uma estrutura pronta, já fizemos o procedimento,” afirma o médico Luiz Carneiro. Ouça os podcasts do Fantástico ISSO É FANTÁSTICO O podcast Isso É Fantástico está disponível no g1 e nos principais aplicativos de podcasts, trazendo grandes reportagens, investigações e histórias fascinantes em podcast com o selo de jornalismo do Fantástico: profundidade, contexto e informação. Siga, curta ou assine o Isso É Fantástico no seu tocador de podcasts favorito. Todo domingo tem um episódio novo. PRAZER, RENATA O podcast 'Prazer, Renata' está disponível no g1 e nos principais aplicativos de podcasts. Siga, assine e curta o 'Prazer, Renata' na sua plataforma preferida. 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FONTE: https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2025/05/04/transplante-de-intestino-chega-ao-sus-e-traz-esperanca-a-pacientes-com-falencia-intestinal.ghtml


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